terça-feira, 27 de julho de 2010

"Pára-raios em dia de sol"

Era sexta, e eu já começava a comemorar meu "um quarto de século". Ele chegou anunciando sua presença com um cheiro que se antecipava, um misto de maconha e dias sem banho. Contou-nos que esteva muitos dias em alto-mar e que seu barco agora estava atracado no Iate Clube, até nos chamou pra dar uma volta. Pediu uma cerveja, tinha sede, foram muitos dias navegando. Comprei uma long neck temendo que ele quisesse sentar à mesa conosco, mas isso não ipediu que ele ajoelhasse do nosso lado , e, em agradecimento me fizesse uma pulseira. Conversou um bom tempo, como se sentasse à mesa. Mostrou a carteira de identidade novinha. Caxias do Sul, 1964, esqueci seu nome. Cantou pedaços de "Parabólica" do Humberto Gessinger, disse que eu parecia alguma atriz antiga que já me esqueci também e confessou que o pior da vida andarilho era ver tanta gente mas não poder, de fato, conversar. Agradeceu a cerveja e disse que tinha que voltar pro seu barco.

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