quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Levanta e anda

Depois de acabar com toda aquela pataquada ela enxugou os olhos e pensou: Deixa de ser besta, mulher! Nessa vida não existe lugar pra quem pede de graça. Pra ter tudo o quiser deverá pagar um preço, e alto ele será. Parece final de algum dos contos dos irmãos Grimm, mas não. Foi real, aconteceu com uma amiga minha.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ai!

Achava "fofinho" e quase irritante o jeito que Solange buscava se identificar com as pessoas: "Você sente essa dorzinha tipo de enfarto, do lado esquerdo, que nem eu?". Tudo sobre o que ela falava tinha a ver com doença e dor, alguns zombavam. Eu, apesar da quase irritação, acreditava em tudo, porque há dores que são grandes e que estão inscritas em um corpo que é simbólico. Se Solange diz que dói, dói.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Mais de um.

Neila amava Cézar que amava Valcir que amava Marta que só amava a si mesma e só falava de si mesma e não tinha tempo para escutar mais nada além do som de sua própria voz. Os anos se passaram e hoje tenho dúvidas se Marta se amava mesmo, se fazia isso porque tinha ódio de si ou se não sabia fazer outra coisa.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Pior da escala.

Se me pedissem pra responder rápido eu diria que sofre mais quem sofre dos pensamentos. Cada um com sua dor, eu sei, mas o que sofre do pensamento, coitado, nem consegue dizer do que é que sofre.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

"Sim."

Pensei ainda mais no que disse sobre a história de deixar de fazer coisas com o tempo por medo de julgamento. Não sei se é assim com todo mundo, mas escrever por exemplo, que deveria ser bom só por ser, às vezes se torna constrangedor. Logo que escritas as palavras parecem lindas e representam justamente o que gostaríamos de dizer, mas se relidas já parecem ridículas e sempre ficariam muito melhores se substituídas. Isso deve ser aquela coisa de nunca se permitir, porque se toda palavra insatisfaz o texto nunca sai, e assim é: se eu nunca abro a boca nunca canto, se eu nunca tiro a grana do bolso nunca compro, se não digo "Não." nunca nego e assim sucessivamente.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

É literal.

Cria-se coisas pra tudo, inclusive eu criei este blog pra conseguir dormir. Obviamente não só por este motivo, aliás, criar blog é um desejo frustrado que só me permiti colocar em prática hoje porque me vi velha demais pra ter vergonha de realizar um desejo. É engraçado como a gente vai deixando de fazer coisas com o tempo simplesmente por medo de julgamento: andar de bicicleta, por exemplo, desaprendi. Realizar desejos é bom, logo logo compro uma bicicleta.