quinta-feira, 22 de julho de 2010

Dreaming of screaming

Íamos nós três. Parecia um restaurante em um terraço de um prédio de São Paulo. Eu nunca estive em um, mas não consigo pensar num outro lugar. Um restaurante italiano, certamente, e as toalhas das mesas quadriculadas em branco e vermelho.

Eu queria espaguete, mas só tinha talharim, então a mais velha me dizia: "Come talharim mesmo, é bom!" e eu aceitei. E eu queria só "ao sugo", mas ela insistiu que eu comesse alguma carne: "Tem que ter alguma carne, oras!", e eu tentava indecisamente optar por alguma coisa que eu não queria, eu não queria carne, mas, por fim, para não desagradá-la, escolhi frango, e ela disse: "Não, escolhe a carne e boi, pode escolher, ela NÃO É de primeira!", e eu me perguntei "Mas eu não deveria escolher justamente porque É de primeira? Devo escolher porque é de segunda, terçeira ou quarta?". Para não me desagradar completamente, mas para não desagradá-la também, eu quis à bolonhesa, tem carne, é de boi, mas não era a de segunda. A senhora tanto insistiu que eu ficasse com a outra que, no final das contas, cedi.

A outra, a mais novinha, só observou. Tenho certeza que ela não abriria mão do molho de tomate, saberia se posicionar muito melhor que eu.

2 comentários:

  1. Ai, dá uma indigestão, às vezes, comer forçado..
    Não dá?
    Um beijo.

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  2. Ah, se dá! Não é à toa que tenho pai gastro, vivo tomando pantoprazol, nexium, motilium e todas essas coisas. rs!

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