terça-feira, 26 de outubro de 2010

Fluidez

Maria,

acho que João deixou o e-mail logado em algum computador público, não pude não ler. Sabe que acredito nessa coisa de que nada acontece à toa, né? Mas não é de destino que falo, é da intencionalidade - mesmo que desapercebida.

Lembrei-me das minhas dificuldades com os planos. Esses que são "sólidos", e que todo mundo que consegue "permanecer" tem, sabe? Então, Maria, descobri que eles nem precisam ser tão concretos assim para serem planos.

Se você quiser, podemos ir a Caraíva no Carnaval. Não que eu não possa ir sozinha, porque descobri também que os planos que dependem do outro pra serem concretizados são a minoria, mas é que você me pareceu boa companhia.

Um abraço,

Judith.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dorme logo, Judith

Judith não se cansa de pesar a vida!

Por que não pensar que os despertares são apenas a fome, ou os exercícios praticados tarde da noite - contra-indicados por qualquer especialista - ou a preocupação com o horário de verão, que ontem mesmo já sacaneou com mais de um colega seu?

E lá vem Judith imaginando que "nunca mais...", "sempre será...", "o pior comigo...", exageradamente superlativa. Ensopada dos pés ao último fio de cabelo, seu coração palpita, já correu 34 Km.

Poupe-se, Judith. Poupe-me, Judith.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Norteando

Tudo não era nada além de um DVD do Justin Timberlake, pizzas, Heinekens e conversinhas. Até Regência se tornou um Paraíso Tropical. Quem diria, eu amando o litoral norte - do Espírito Santo! E amei mesmo, sem ironias.

Numa conversa de amigas buscávamos elogios, eu era "adaptável". Até agora me pergunto do que se trata.

Talvez eu seja mesmo consideravelmente "adaptável" por, um dia, ter amado Regência.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Perdas e danos

"A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela
Meu assunto (...)"

Ah, Chico, sabes bem do que digo quando, muitas vezes, deixo de saber, por alguns minutos, quem sou nos momentos em que as coisas se perdem pelo caminho! Retomemos, ao som de um bom disco de Noel, e sem Rita. Obrigada.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

É

Era um tal de dizer "como se", como se fosse pra se defender ou amenizar.
Ri, como se estivesse nervosa. Grita, como se estivesse longe. Desculpa-se, como se estivesse errada. Sempre "como se", nunca estando.

- Isso me dói como se arrancasse um pedaço do peito!

"Como se", que nada! Arranca mesmo, e não podia ser diferente.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Segunda-feira

Estávamos juntas, caminhávamos pelas ruas, hoje sujas, não sei se pelo que o vendaval arrastou ou por conta dos "santinhos" das eleições. O vento soprava forte, em círculos, emaranhava nossos cabelos, desarrumava a roupa, levantava poeira. Mas era mais do que isso, era triste. Ela justificou a estranheza do dia dizendo que eram os "ventos de íons negativos", os quais ,em alguns países, até justificavam um maior índice de criminalidade. Achei graça, mas quase não duvidei. Era o vento, era domingo. Não sei se deixo ele me levar, acho que não devo, senão é aprisionamento na certa.

"Posso ouvir o vento passar
Assistir a onda bater
Mas o estrago que faz
A vida é curta pra ver

Eu pensei que quando eu morrer
Vou acordar para o tempo
E para o tempo parar

Um século, um mês
Três vidas e mais
Um passo pra trás?
Por que será?"

("O Vento", Los Hermanos)