Conversávamos na padaria e vimos do vidro o escândalo de uma criançinha que mal caiu e já berrava. A mãe fingiu que limpava a calça da neném, deu uns beijinhos e poucos segundos depois a pequena já dava um risinho molhado de corisa. Lembrei-me de uma cicatriz que tenho no joelho esquerdo, um presentinho eterno de uma queda que tive na volta da escola. Não lembro minha idade, e justamente por não lembrar, acho que era bem pequena. Minha mãe andava do meu lado, me levantou sem notar o sangue. Não a culpo, eu nem piei.
Hoje antes de chorar eu interrompo a conversa dizendo que estou com fome, que tenho sono ou que minha vontade de falar acabou, mas é só pra que o choro não venha. O choro não evita a cicatriz, mas pelo menos chama o olhar.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
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passei pra fazer uma visitinha...
ResponderExcluiro melhor da queda é o afago que vem depois, não é mesmo?! beijo moça. recebeu o convite?
linda..
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