quarta-feira, 29 de junho de 2011

As tais luvas azuis

Queixava-se incessantemente, dizendo ao mundo que a vida era seu algoz. Queixava-se das luvas azuis nas quais ela não queria caber, do desinteresse da outra por seu suflê de amêndoas e seu tocar de flauta.
Queixava-se das poucas refeições feitas por dia, não pela falta de comida, mas pela falta do tempo que dizia não conseguir se dar.
Queixava-se dos anos, mais perdidos que investidos, em todas as coisas que não queria.
Tudo isso em nome de todos aqueles que não a davam em troca.
Troca.
Troca tudo.
Troca e vê que também te oferecem suflê e você é quem não quer.
Troca e ouve a sinfonia feita com todos os instrumentos do Universo que compuseram para você.
Troca e acorda pro quanto se repete, como um disco riscado, todos os dias de sua vida.

2 comentários:

  1. Bom dia! O desinteresse, a queixa... podem gerar a troca. Mas, é na repetição que nos achamos enraizados por velhos hábitos, comportamentos e sentimentos. A repetição nos faz dar voltas em nos mesmos. Mudar não é simples e fácil. Bj,

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  2. acho q é uma das coisas mais difíceis! rsrs

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